Particularmente, gosto de quem tem compromisso
com a alegria, que procura relativizar as chatices
diárias e se concentrar no que importa pra valer,
e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros.
Mas não estando alegre, é possível ser feliz também.
Não estando “realizado”, também.
Estando triste, felicíssimo igual.
Porque felicidade é calma. Consciência. Felicidade é ter
talento para aturar, é divertir-se com o imprevisto,
transformar as zebras em piadas, assombrar-se
positivamente consigo próprio: como é que eu me meti
nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são
os efeitos colaterais de se estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que
não se cobram por não terem cumprido suas resoluções,
que não se culpam por terem falhado, não se torturam
por terem sido contraditórios, não se punem por não
terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.